Uma pausa para o cafezinho!

A história do café é antiga. A mais aceita conta sobre um pastor chamado Kaldi, que vivia na Absínia, hoje Etiópia, há cerca de mil anos. Ele observou que suas cabras mudavam de comportamento quando mastigavam folhas e frutos de um dos arbustos dos campos. Elas ficavam mais alegres e motivadas – sensações que hoje, para nós, são facilmente ligadas ao consumo de uma boa xícara de café.

O café só entrou na cultura do brasileiro a partir do século XVIII, quando algumas mudas chegaram da Guiana Francesa e disseminada em toda a costa do país, chegando ao Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, o que tornou o país o maior produtor e exportador mundial do grão.

Café é alimento, é gastronomia, é conexão! É a bebida que esquenta o coração!

Os apaixonados não abrem mão: o café de todos os dias é a parada na rotina para apreciar as boas coisas da vida. E existe uma coisa melhor do que aquele cheirinho invadindo a casa de manhã cedo? A gente acha que não!

Categorias de qualidade dos cafés:

  • Extra forte
  • Tradicional
  • Superior
  • Gourmet
  • Cafés especiais

Há uma tendência no consumo do café atual– Os cafés especiais!

Vamos entender qual a diferença entre o café tradicional e os especiais:

Grande parte dos brasileiros se acostumou a consumir o café tradicional e nem imaginam as possibilidades de aromas e sabores que podem ser extraídas dos grãos de café.

Café Arábica (Coffea Arabica) é o líder de mercado, correspondendo a mais de 60% da produção de café mundial. Isso se deve a sua complexidade de aromas e ao seu sabor mais adocicado, possuindo 50% menos cafeína do que o seu concorrente Robusta.

Café Robusta (Coffea Canephora), popular pela variedade Conilon, tende a ser um mais amargo e marcante. É uma espécie mais resistente a pragas e doenças, e diferente do Arábica, não precisa necessariamente ser cultivado em regiões de alta altitude. Estas variantes fazem com que o Robusta tenha um custo de produção mais baixo, consequentemente fazendo com que a saca do café tenha um preço mais acessível. Esta espécie é bastante utilizada na produção do café solúvel, o que explica em partes o seu sabor mais amargo.

Os cafés tradicionais mais consumidos no Brasil, em sua grande maioria, são uma mistura (blend) destas duas espécies, o que por muitas vezes acaba resultando em um café de qualidade razoável a um custo mais baixo quando comparado com os Cafés Especiais 100% Arábica.

Um café para ser considerado um Café Especial deve ser produzido exclusivamente a partir de grãos da espécie Arábica, mas não é só isso que o torna tão especial assim.

Na produção do café tradicional, ou commodity, os grãos não passam por uma seleção rigorosa, portanto podem apresentar defeitos e impurezas que alteram o sabor e aroma que ficam evidentes no preparo da sua xícara de café. Além disto, a variedade normalmente utilizada em grande proporção são os grãos Conilon da espécie Robusta, a fim de baixar o custo do produto final. Para atenuar todos estes fatores o café passa por uma torra bem escura e posteriormente por uma moagem bem fina.

Já para os Cafés Especiais o processo é totalmente diferente. Hoje em dia, para definição de um Café Especial, utiliza-se a metodologia criada pela SCAA (Specialty Coffe Association of America) onde os grãos, após passarem por uma criteriosa seleção, são submetidos a uma avaliação de 10 aspectos diferentes e para serem considerados Cafés Especiais devem alcançar a nota mínima de 80 pontos, do total de 100 pontos.

A diferença fica clara quando experimentamos estes dois cafés. Enquanto o café tradicional possui características não desejáveis, como o amargor bem acentuado, os Cafés Especiais apresentam uma gama infinita de sabores e notas aromáticas, e também são mais equilibrados, possibilitando extrair diferentes características a partir de uma curva de torra adequada.

Café coado ou o espresso na hora do cafezinho?

Hoje, há varias maneiras de se preparar um bom café, e um mesmo produto, extraído com diferentes técnicas, resulta distinto também no aroma e no sabor.

Por infusão:

Prensa francesa: uma técnica clássica que utiliza uma cafeteira, onde é feita a infusão da água com o café. A filtragem é feita por um êmbolo de metal que separa o pó no fundo do recipiente. O resultado é um café rico em óleos essenciais e com alta concentração de cafeína.

Clever Coffee Dripper: tem o formato de um coador de papel, mas na base há uma válvula que libera o café apenas quando o filtro é apoiado sobre uma xícara. Ou seja, não há gotejamento: o café fica liberando seu sabor em imersão total.

Café turco: um dos métodos mais antigos, muito comum no Oriente Médio. O café é preparado no cezve, esse recipiente de cobre ou latão com cabo longo, e utiliza o pó moído bem fininho. Como não é filtrado, fica uma borra no fundo da xícara, onde os videntes fazem a leitura do futuro da pessoa.

Por gravidade

Cafeor: aqui o café é filtrado sem papel, utilizando um filtro permanente metálico cônico, que propicia maior tempo de contato do café com a água. O resultado é uma bebida mais doce e bastante aromática.

Kalita: O filtro de papel é ondulado, reduzindo o contato da bebida com o suporte e oferecendo uma filtragem mais uniforme. Seu suporte tem fundo plano com três orifícios que impedem a canalização de água no fundo do filtro. O resultado é uma bebida com acidez acentuada.

Coador de pano: muito utilizado no Brasil, nesse preparo o tecido filtra os sólidos mas a bebida é afetada pelo residual de outras extrações, que ficam no pano. É apreciado porque traz o gostinho do interior.

Hario V60: é a evolução do coador de papel. O porta-filtro possui relevos em espirais que permitem a expansão do pó de café no momento em que a bebida é coada, produzindo uma bebida suave mas que realça as nuances do café.

Chemex: tem formato de ampulheta e filtro triplo de papel. O resultado é uma bebida limpa e com notável aroma.

Por pressão

Syphon Coffee: uma cafeteira lúdica, que mistura infusão e indução térmica. O café fica potente e encorpado mas com pouco amargor.

Moka Italiana: a extração acontece através da pressão da água, quando entra em ebulição na parte inferior da cafeteira. O resultado é um café denso e encorpado, sendo um método caseiro bastante prático.

Aram: um método desenvolvido por um brasileiro que extrai café sob pressão manualmente, sem o uso de energia elétrica ou cápsulas.

Aeropress: parece uma seringa. O café fica imerso em água quente na câmara cilíndrica, sendo extraído sob pressão manual, que força a passagem da bebida pelo filtro localizado na base. Produz cafés suaves e aromáticos.

Seja qual for o método, sinta o prazer de um cafezinho ! Esta bebida tão afetuosa para nós, brasileiros!

Elisa Cezere é Engenheira Civil formada pela Escola de Engenharia Mauá e Pós graduada em Design de interiores e iluminação pelo IPOG. Possui experiência profissional de mais de 30 anos, tendo atuado como diretora técnica em empresa construtora e incorporadora. Também é consultora técnica em gerenciamento e fiscalização de obras em empresa de engenharia e arquitetura, além de gestora de obras em projetos de reforma e construção civil. Você pode encontrar mais sobre o trabalho de Elisa em seu Instagram @lisa_casa_linda. Contato: (11) 99774-9983