Cobogó – A luminária urbana

Cobogó é a denominação dada ao elemento vazado, normalmente feito de cimento, que completa paredes e muros para possibilitar maior ventilação e luminosidade no interior de um imóvel, seja residencial, comercial ou industrial.

Seu nome deriva das iniciais dos sobrenomes de três engenheiros que no início do século XX (1929 ou 1930) trabalhavam no emirado Árabe e conjuntamente o idealizaram: o português Amadeu Oliveira Coimbra, o alemão Ernest August Boeckmann e o brasileiro Antônio de Góis. –  Wikipédia

Uma herança da cultura árabe, baseado nos muxarabis – construídos em madeira, eram utilizados para fechar parcialmente os ambientes internos.

Em ambientes externos, sua função é de decoração, principalmente em áreas de circulação, como pontes e acessos ou muros de jardins. Já em ambientes internos ele garante ventilação e luminosidade ao espaço, além do aspecto estético. Hoje o cobogó possui muitos desenhos e formatos.

Nos trópicos a luz do sol incide de forma generosa. Os elementos vazados desenham a sombra nos pisos e paredes, um efeito que transforma todo o ambiente para quem o vê desde o exterior e interior. Durante as estações e ao longo dos dias essa luz natural surge de diferentes formas como um componente que sobrevém na Arquitetura. No decorrer da noite, a luz artificial atravessa os pequenos vãos do interior para o exterior, tornando a arquitetura uma espécie de luminária urbana que interage com as sombras de seus usuários e mobiliário-  Victor Delaqua

Além de sua função, o cobogó traz consigo poesia ao projeto de arquitetura.

Muito difundido por Lúcio Costa, Arquiteto e Urbanista brasileiro – Autor do projeto do Plano Piloto da Cidade de Brasília, em referências sutis à arquitetura colonial, tornando-se um elemento compositivo presente na estética da arquitetura moderna brasileira. Apesar da permeabilidade visual, os cobogós, de certa forma, trazem privacidade ao usuário. Feitos de cimento e tijolo no início, passaram a ser produzidos também em cerâmica e outros distintos materiais.

Na arquitetura de interiores os cobogós podem fechar ambientes, criar divisórias e dão um charme aos espaços!

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Cuidados para o assentamento dos cobogós:

  • No armazenamento na obra – evite o empilhamento, os cobogós esmaltados são frágeis e requerem cuidados de forma a mantê-los intactos até sua aplicação.
  • Antes da instalação, alinhe as peças no chão, isso facilita antes de iniciar o assentamento de fato.
  • certifique-se que o piso onde os cobogós serão assentados está nivelado.
  • Escolha a argamassa correta – ambientes internos utilize ACII e para ambientes externos ACIII.
  • Utilize espaçadores para manter o padrão entre eles.
  • A distância recomendada para o espaçamento das juntas é de 1 cm pelo menos. A dica é não colocar todas as peças de uma vez, o ideal é um dia de intervalo a cada quatro linhas assentadas, para que a argamassa seque com segurança.

Elisa Cezere é Engenheira Civil formada pela Escola de Engenharia Mauá e Pós graduada em Design de interiores e iluminação pelo IPOG. Possui experiência profissional de mais de 30 anos, tendo atuado como diretora técnica em empresa construtora e incorporadora. Também é consultora técnica em gerenciamento e fiscalização de obras em empresa de engenharia e arquitetura, além de gestora de obras em projetos de reforma e construção civil. Você pode encontrar mais sobre o trabalho de Elisa em seu Instagram @lisa_casa_linda. Contato: (11) 99774-9983